top of page

Vírus Epstein-Barr e o aumento do risco de esclerose múltipla: o que a ciência revela

Priscila Emery

O vírus Epstein-Barr pode estar diretamente envolvido na patogênese da esclerose múltipla
O vírus Epstein-Barr pode estar diretamente envolvido na patogênese da esclerose múltipla


A esclerose múltipla (EM) é uma doença autoimune que afeta o sistema nervoso central, e novos estudos indicam que a infecção pelo vírus Epstein-Barr (EBV) pode desempenhar um papel crucial no seu desenvolvimento. Segundo pesquisas apresentadas no Comitê das Américas para Tratamento e Pesquisa em Esclerose Múltipla (ACTRIMS) 2025, pacientes com histórico de mononucleose infecciosa (IM) causada pelo EBV apresentam um risco mais de três vezes maior de desenvolver EM.


A relação entre EBV e esclerose múltipla

O vírus Epstein-Barr é amplamente disseminado na população mundial, infectando a maioria das pessoas ao longo da vida sem causar sintomas significativos. No entanto, para alguns indivíduos, a infecção pode levar à mononucleose infecciosa, o que pode representar um fator de risco elevado para doenças desmielinizantes, incluindo a esclerose múltipla.


Pesquisadores do Rochester Epidemiology Project (REP) analisaram dados de 4.721 pacientes diagnosticados com mononucleose infecciosa EBV-positivo entre 1998 e 2011. Estes foram comparados com um grupo de controle composto por 14.163 indivíduos não infectados. Os resultados mostraram que a taxa de incidência de EM foi de 2,25 por 10.000 pessoas-ano nos indivíduos infectados pelo EBV, enquanto no grupo de controle essa taxa foi de apenas 0,77.


Impacto dos dados na compreensão da EM

Os achados sugerem que o vírus Epstein-Barr pode estar diretamente envolvido na patogênese da esclerose múltipla. A análise estatística indicou que aqueles com histórico de mononucleose infecciosa apresentaram um risco ajustado 3,03 vezes maior para desenvolver EM e um risco 3,77 vezes maior para desenvolver qualquer doença desmielinizante. Isso reforça a hipótese de que o EBV pode ser um gatilho importante para a doença.


O futuro da prevenção da esclerose múltipla

Com base nesses resultados, pesquisadores sugerem que estratégias de prevenção contra o EBV, como vacinas, poderiam ajudar a reduzir a incidência de esclerose múltipla e outras condições neurológicas relacionadas. A prevenção da infecção inicial pelo EBV poderia ter um impacto significativo na diminuição dos casos de EM no futuro.


Conclusão

Os indivíduos diagnosticados com mononucleose infecciosa causada pelo EBV estão sob maior risco de desenvolver esclerose múltipla, evidenciando a importância desse vírus na patogênese da doença. Avanços na compreensão dessa relação podem levar a novas abordagens de prevenção e tratamento, ajudando a reduzir a carga da EM e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.


Se você tem histórico de mononucleose infecciosa ou apresenta sintomas preocupantes, procure um neurologista para avaliação e acompanhamento adequado.


 
 
 

Comments


Neurologista - CRM 26635 - RQE 15534

CONTATO

(31) 3213-3022  |  (31) 99917-3022

Av. Professor Alfredo Balena, 189 SL 1708
Santa Efigênia,  Belo Horizonte - MG.

  • Instagram

© 2024 Site Dr. Paulo Christo   |   Todos os direitos reservados   |    Desenvoldido por Dinamizze

bottom of page