
A esclerose múltipla (EM) é uma doença neurológica crônica que pode impactar significativamente diversos aspectos da vida dos pacientes, incluindo a saúde sexual e mental. De acordo com um estudo apresentado no Fórum das Américas para Tratamento e Pesquisa em Esclerose Múltipla (ACTRIMS) 2025, a disfunção sexual e a depressão são altamente prevalentes entre os pacientes com EM e estão fortemente associadas ao aumento da incapacidade.
A relação entre a disfunção sexual e a esclerose múltipla
A disfunção sexual é um sintoma comum, mas muitas vezes subestimado, em pacientes com EM. O estudo conduzido por pesquisadores do Hospital Lagomaggiore, na Argentina, analisou 53 pacientes com EM e avaliou a relação entre a disfunção sexual, a depressão e o grau de incapacidade, utilizando escalas como:
Escala Expandida de Situação de Incapacidade (EDSS)
Inventário de Depressão de Beck (BDI-2)
Short Form-12 (SF-12)
Instrumento de Intimidade e Sexualidade na EM (MSISQ-19)
Os resultados mostraram que 50,9% dos pacientes apresentavam algum grau de disfunção sexual, enquanto 37,7% tinham depressão e 26,4% relataram uma percepção negativa de sua saúde.
Depressão e percepção de saúde em pacientes com EM
Os pesquisadores também observaram que pacientes com depressão grave e percepção negativa de sua saúde apresentaram escores EDSS significativamente mais altos, indicando um grau maior de incapacidade. Os principais achados foram:
Pacientes com disfunção sexual tiveram um escore EDSS mediano de 2,0, comparado a 1,5 nos que não apresentavam esse problema (P=0,03).
Aqueles com depressão severa apresentaram um escore EDSS mediano de 3,25, comparado a 1,5 nos pacientes sem depressão (P=0,04).
Pacientes com percepção negativa de saúde tiveram um escore EDSS mediano de 2,75, em contraste com 1,5 para aqueles com percepção positiva (P=0,0003).
Esses resultados indicam que a disfunção sexual e a depressão são sintomas que se agravam com o avanço da incapacidade, tornando essencial o tratamento precoce.
Pontos de corte na escala EDSS e impacto na qualidade de vida
O estudo também analisou pontos de corte da Escala EDSS e sua relação com a disfunção sexual e percepção de saúde:
EDSS ≥2: Maior prevalência de disfunção sexual (66,7%) em comparação com pacientes com escore inferior a 2 (34,6%) (P=0,001).
EDSS ≥4: Maior prevalência de disfunção sexual (87,5%) em comparação com escore inferior a 4 (44,4%) (P=0,01).
EDSS ≥4: Pacientes com percepção negativa da saúde representaram 85,7% contra apenas 30,4% dos que tinham percepção positiva (P=0,004).
Conclusão: a importância do tratamento integrado
A alta prevalência de disfunção sexual e depressão em pacientes com esclerose múltipla destaca a necessidade de um tratamento multidisciplinar, que envolva neurologistas, psicólogos e terapeutas sexuais.
Os pesquisadores concluem que a incapacidade na EM, mesmo em estágios iniciais (EDSS ≥2), pode impactar negativamente a saúde sexual e mental dos pacientes, reforçando a importância de intervenções precoces para melhorar a qualidade de vida.
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