
Manter a regularidade em consultas neurológicas é essencial para o acompanhamento de pacientes com esclerose múltipla (EM). Estudos indicam que aqueles que faltam a essas consultas apresentam maior probabilidade de interromper a terapia modificadora da doença (DMT) no ano seguinte.
Por que a adesão ao tratamento é fundamental?
A terapia modificadora da doença (DMT) é essencial para reduzir o risco de surtos clínicos, a atividade da EM detectada por ressonância magnética e a progressão da doença. No entanto, a adesão ao tratamento depende de um acompanhamento médico consistente. Consultas regulares garantem que os pacientes recebam orientação adequada e ajustes necessários para otimizar os efeitos dos medicamentos.
Falta em consultas e impacto na continuidade do tratamento
Um estudo recente analisou dados de veteranos com EM e constatou que aqueles que faltaram às consultas tiveram maior probabilidade de abandonar a DMT no ano seguinte. Os resultados apontaram que:
Pacientes que interromperam a DMT apresentaram uma taxa de falta de 6,5%, enquanto aqueles que mantiveram o tratamento tiveram uma taxa menor (4,6%).
Cancelamentos de última hora também foram mais frequentes entre os que interromperam a DMT (6,7% contra 5,7%).
O risco de interrupção do tratamento foi cinco vezes maior para aqueles que faltaram às consultas e quase quatro vezes maior para quem cancelou de última hora.
Consequências da interrupção do tratamento
A falta de adesão ao tratamento pode levar a um agravamento dos sintomas, aumento da inflamação no sistema nervoso e aceleração da progressão da doença. Isso pode resultar em mais hospitalizações, piora na qualidade de vida e maior dependência de terceiros para atividades diárias.
Como garantir a adesão ao tratamento?
Para reduzir a taxa de faltas e cancelamentos de consultas, algumas medidas podem ser adotadas:
Apoio de profissionais da saúde: Envolver assistentes sociais, enfermeiros e terapeutas para reforçar a importância das consultas.
Lembretes de consulta: Mensagens de texto, e-mails ou ligações podem ajudar os pacientes a se organizarem.
Flexibilidade nos agendamentos: Oferecer opções alternativas para quem tem dificuldades de comparecer presencialmente, como telemedicina.
Educação continuada: Informar os pacientes sobre os riscos de interromper a DMT e os benefícios do tratamento.
Conclusão
A adesão ao tratamento da esclerose múltipla está diretamente ligada à assiduidade nas consultas médicas. Faltar ou cancelar de última hora pode comprometer a continuidade da terapia, aumentando o risco de piora da doença. Para evitar isso, é fundamental implementar estratégias que incentivem os pacientes a manterem seus agendamentos, garantindo um acompanhamento eficaz e uma melhor qualidade de vida.
Referência: Appointment Non-Attendance Is Associated With Disease-Modifying Therapy Persistence the Following Year
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